Câncer de intestino

O câncer de intestino, também chamado de câncer colorretal, é uma doença comum. Ele pode ser diagnosticado tanto por meio dos sintomas clínicos apresentados quanto pela triagem de pessoas assintomáticas. Todo indivíduo acima de 45 anos deve realizar uma colonoscopia de rastreamento para esse câncer. A partir do resultado do exame, define-se a periodicidade adequada para sua repetição.

A história familiar de câncer colorretal aumenta o risco de desenvolvimento da doença. Caso haja um parente de primeiro grau diagnosticado, o rastreamento deve começar aos 40 anos ou 10 anos antes da idade em que o familiar recebeu o diagnóstico. Além disso, existem síndromes hereditárias associadas ao câncer colorretal, que exigem um rastreamento mais rigoroso e específico.

Os sintomas mais comuns incluem sangramento intestinal, que pode se manifestar como hematoquezia (sangue vivo nas fezes) ou melena (fezes escurecidas e com odor fétido), além de anemia. Também podem surgir dor abdominal e alterações no hábito intestinal, como constipação ou afilamento das fezes.

O diagnóstico é confirmado por meio da colonoscopia, que permite a biópsia de lesões suspeitas. A grande maioria dos tumores são adenocarcinomas. É importante destacar que nenhum marcador tumoral, como CEA ou CA 19-9, deve ser utilizado para triagem ou diagnóstico do câncer colorretal, sendo indicados apenas para o acompanhamento dos pacientes após o tratamento.

Mulher realizando colonoscopia como exame de rastreio para câncer de intestino
Mulher realizando colonoscopia como exame de rastreio para câncer de intestino

A colonoscopia é fundamental no rastreio e no diagnóstico do câncer colorretal

Após a confirmação do diagnóstico, é fundamental determinar a extensão da doença por meio do estadiamento. Nessa etapa, realizam-se tomografias computadorizadas de tórax, abdome e pelve com contraste para avaliar a presença de metástases (disseminação do câncer para outros órgãos) e o tamanho do tumor. Também é solicitado o exame do marcador tumoral CEA (Antígeno Carcinoembrionário), essencial para o seguimento no pós-operatório.

Com o diagnóstico e o estadiamento definidos, o próximo passo é traçar o plano de tratamento. Sempre que possível, a cirurgia é indicada, com o objetivo de remover completamente o tumor e os linfonodos da região. Na maioria dos casos, o trato intestinal é reconstruído na mesma operação, permitindo que o paciente mantenha a evacuação normalmente.

Homem realizando tomografia de abdome para avaliar neoplasias intestinais
Homem realizando tomografia de abdome para avaliar neoplasias intestinais

A tomografia é exame fundamental no estadiamento do câncer colorretal

No entanto, pode ser necessária a realização de uma ostomia, seja por achados durante a cirurgia, seja por planejamento cirúrgico, dependendo do tamanho e da localização do tumor. A colostomia é a ostomia feita no intestino grosso (cólon), enquanto a ileostomia é realizada no intestino delgado. Na maioria dos casos, essas derivações intestinais são temporárias, permitindo a reconstrução do trânsito intestinal após alguns meses.

Após a cirurgia, a necessidade de quimioterapia dependerá do resultado do exame histopatológico (biópsia do tumor). Tumores em estágios mais avançados, como aqueles com comprometimento linfonodal, geralmente requerem quimioterapia adjuvante (pós-operatória).

Para tumores retais baixos, próximos ao ânus, o tratamento pode começar com quimio e radioterapia, visando reduzir o tamanho do tumor e, assim, facilitar, postergar ou até evitar uma cirurgia mais invasiva.

Mulher vivendo normalmente com uma colostomia
Mulher vivendo normalmente com uma colostomia

Até 50% dos pacientes diagnosticados com câncer colorretal desenvolverão metástases para o fígado, o órgão mais comumente afetado. Metade desses pacientes já apresenta a metástase no momento do diagnóstico do tumor intestinal (metástase síncrona), enquanto a outra metade desenvolverá a metástase posteriormente (metástase metacrônica, após seis meses ou mais).

Diferentemente de outros tumores do trato gastrointestinal, o câncer colorretal pode ser curado mesmo em estágio metastático. O tratamento varia conforme o caso e deve ser amplamente discutido com a equipe médica, podendo envolver cirurgia para remoção do tumor intestinal, cirurgia hepática e quimioterapia. A sequência desses tratamentos depende de cada situação clínica.

O mais importante é seguir as orientações médicas e ser acompanhado por uma equipe especializada, garantindo o rastreamento adequado, a indicação correta da cirurgia e da quimioterapia, além do manejo das metástases, sempre visando o melhor desfecho para o paciente.

A colostomia pode ser necessária em alguns casos, sendo reversível na maioria das vezes

Cirurgiões operando uma neoplasia abdominal
Cirurgiões operando uma neoplasia abdominal

O tratamento do câncer colorretal geralmente envolve cirurgia, que pode ser tanto do tumor primário do intestino, quanto das metástases hepáticas

Leia também: