Cirurgia minimamente invasiva

Como discutido no tópico anterior, existem duas abordagens cirúrgicas para os tumores do aparelho digestivo. É essencial compreender ambas, como se complementam e como ocorre o processo de decisão.

A primeira abordagem, chamada convencional ou aberta, é realizada por meio de uma incisão abdominal, a laparotomia, com o objetivo de expor o órgão que será operado. A segunda, conhecida como cirurgia por vídeo ou laparoscopia, é feita através de pequenas incisões de 5 a 15 mm, por onde são introduzidos o instrumental cirúrgico e a câmera que transmite o campo operatório. Para possibilitar a operação, a cavidade abdominal é insuflada com gás carbônico. Ao término da cirurgia, pode ser necessária uma incisão adicional para a retirada da peça cirúrgica, ou seja, o órgão operado.

É importante compreender que não existe um método certo ou errado. Ambas as abordagens têm suas indicações e são chamadas de vias de acesso cirúrgico. A operação em si deve seguir os mesmos princípios, independentemente da via escolhida, pois o mais relevante é que a cirurgia seja precisa e oncologicamente adequada. Em outras palavras, o passo a passo do procedimento é o mesmo.

A introdução e expansão da cirurgia minimamente invasiva representam uma evolução tecnológica na medicina, tanto no aprimoramento da técnica cirúrgica quanto na melhoria dos instrumentais. Por envolver incisões menores, menor manipulação dos órgãos intra-abdominais e menor perda de líquidos, entre outras vantagens, espera-se uma recuperação pós-operatória mais rápida e um retorno mais breve às atividades habituais. No entanto, cada organismo é único, e essas diferenças devem ser respeitadas.

Sempre que possível, a preferência é pela laparoscopia, justamente pelos benefícios mencionados. No entanto, em casos de maior complexidade ou tumores volumosos, por exemplo, a abordagem minimamente invasiva pode ser dificultada ou inviabilizada. O mais importante na tomada de decisão é garantir que a cirurgia seja realizada de acordo com as recomendações da literatura médica.

Por fim, o paciente deve estar ciente da possibilidade de conversão da cirurgia. Converter um procedimento significa transformar uma cirurgia minimamente invasiva em uma cirurgia aberta durante o ato operatório, o que pode ocorrer por diversas razões técnicas. Como todas as cirurgias laparoscópicas exigem anestesia geral, essa possibilidade deve ser esclarecida previamente durante as consultas. Nesse momento, todas as dúvidas devem ser esclarecidas, e o paciente deve assinar o termo de consentimento cirúrgico, pois, no momento da operação, essa decisão cabe exclusivamente ao cirurgião. Toda cirurgia planejada por laparoscopia tem um risco de conversão, que pode variar conforme a complexidade do procedimento. Esse aspecto deve ser discutido com transparência na consulta, sempre com base em uma boa relação médico-paciente, que, acima de tudo, deve ser construída sobre confiança.

LAPAROTOMIA

LAPAROSCOPIA

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